19/03/2017

Retrô 2016: Glorious

O quarto capítulo deste salmo chega agora com sua pompa e glória apresentando o que houve de melhor dentro do universo de bandas melódicas, que tem a sonoridade épica, a força de vontade, o brio, a fúria interior para lutar com o punho em riste e bradar aos quatro ventos. E esta edição é importantíssima, pois o ano de 2016 foi ótimo pro Rock e Metal, mas bem fraco pras bandas melódicas, especialmente as de Power Metal. Parece que os lançamentos do Rhapsody of Fire e Avantasia roubaram toda a mana das outras bandas do gênero! A situação foi tão séria que vários sites elegeram como "melhores lançamentos de Power Metal" bandas de Heavy Metal como Helstar e Primal Fear! Então, pra quem quiser conhecer o que realmente houve de bom nesse subgênero melódico do Metal, esta edição é um prato cheio.

Ah, esta edição também vai ter um glossário, igual o que teve na primeira categoria, porque este autor formulou seu próprio método de rotulamento de metais poderosos:
  • Power Metal Sinfônico: rotula bandas de Power Metal que tenham elementos sinfônicos. Não necessariamente bandas que passem a mesma profundidade, lirismo e melancolia do Metal Sinfônico. Esses elementos sinfônicos ficam em segundo plano.
  • Metal Sinfônico Empoderado: vai rotular bandas de Metal Sinfônico que são lacradoras, que curtem memes da Gretchen e que falam "sai hétero" tem influências de Power Metal. Neste caso, é a atitude Power Metal que fica em segundo plano.
  • Epic Power Metal: vai rotular bandas de Power Metal que tem melodias e produções cinematográficas, épicas e bombásticas. Ou que pelo menos tenham a pretensão de soarem épicas, tendo uma narrativa fantástica contada através das letras, com melodia de fundo, enfim.
Só este autor vai usar esses termos, mas dane-se. Vamos lá:


Retrô 2016: Glorious

Banda: Avant Guardian
Álbum: Metamorphosis
Estilo: Power Metal Progressivo com piano

E já começamos bem com um dos melhores lançamentos do ano, que infelizmente, ninguém prestou atenção. Esse é o lado bom de se arriscar e baixar qualquer coisa que os sites de download oferecem: no meio de tantos discos medianos e RUINS, a gente sempre acaba achando uma pérola. "Metamorphosis" é o primeiro disco desta banda californiana nascida em 2009, que está vendendo essa maravilha online, pela Amazon. O disco de cara já merece palmas por ter uma introdução que realmente vale a pena ser ouvida e acrescenta alguma coisa. Depois dela, ouvimos um som executado de forma inteligente, criativa e diferenciado, permeado por uma aura melódica requintada e profissional. Um desses diferenciais é o grande destaque que o piano tem, que quando não está substituindo a guitarra, está potencializando e acrescentando beleza às músicas. Outro diferencial são as composições sempre elegantes e diversificadas, que sempre guardam alguma coisa inesperada e especial. Com essas características, o Power Metal até tem seu brilho ofuscado. Sua bateria galopante, suas guitarras agudas e seu vocalista limpo e de timbre médio são bons, mas passam longe de ser o prato principal. "Metamorphosis" é fino, tem encanto e provavelmente é uma das melhores coisas que você irá ouvir em muito tempo.
Faixas: 
01. An Isolated Fragment
02. The Unconscious Doing
03. Stockholm Syndrome
04. Zero Sum
05. Identity Crisis
06. A Dialogue of Inner Purpose
07. Dimensions
08. Translucent Inception
09. The Balance

Banda: Serenity
Álbum: Codex Atlanticus
Estilo: Power Metal Sinfônico

Essa banda austríaca começou em 2001, e de lá pra cá, mostrou uma progressão e evolução impressionante (ou seja, os discos anteriores eram medianos ou... ruins). E logo de cara percebemos como "Codex Atlanticus" é um trabalho dotado de profissionalismo, primor e cuidado, apresenta composições absurdamente cativantes e fáceis de simpatizar. Isso é devido a duas coisas: à voz de Georg Neuhauser que tem um timbre limpo e bonito que não dá pra botar defeito, e às melodias, sinfonias e elementos épicos (coros e vozes que recitam "ooooh" e palavras ininteligíveis, flautas, teclados, etc), que além de serem cálidos e belíssimos, também são usados de forma organizada e virtuosa, mas sem roubar o holofote do Metal, que registra bem sendo versátil e criativo, horas delicado e intenso, horas forte, arrastado, pesado e ágil. Acima de tudo, o que reina neste álbum é a sua personalidade melódica agradável e graciosa, mesmo quando a música é mais pulsante e pesada. É uma obra revitalizante, e a melhor do Serenity (até agora) por essa personalidade singular.
Faixas:
01. Codex Atlanticus
02. Follow Me
03. Sprouts Оf Terror
04. Iniquity
05. Reason
06. My Final Chapter
07. Caught In A Myth
08. Fate Оf Light
09. The Perfect Woman
10. Spirit In The Flesh
11. The Order

Banda: Midnight Eternal
Álbum: Midnight Eternal
Estilo: Metal Sinfônico Empoderado

Esse álbum tem muitos dos elementos do Metal Sinfônico que podem afugentar algumas pessoas: aquela sonoridade tipicamente lírica e vívida, e uma vocalista de voz fina (mesmo que não seja operística). Mas ela vai além disso e tem velocidade nas batidas e nos riffs, aquela melodia motivadora de fundo, aquela guitarra que nos conquista de primeira pelo seu timbre, e músicas animadas e empolgantes que nos fazem investir e seguir em frente. Esses elementos são apresentados de forma alternada: algumas músicas são assim, outras são de Metal Sinfônico puro. E fica nessa, uma Power, outra Sinfônico, cor sim, cor não. E essa alternância não incomoda, pois essencialmente, a sonoridade da banda é composta por notas luminosas, por aquele vocal feminino que cativa e às vezes é acompanhado por um vocal masculino limpo e traz algo mais, e composições que conseguem ser interessantes mesmo que não fujam do habitual, se sustentam pelo seu trabalho bem feito. Este á um álbum pra gente acostumada à sinfonia e quer por um pouco de tempero e agilidade na sua melodia, e pra quem quer algo poderoso mais cristalino e bonito.
Faixas:
01. 'Till the Bitter End
02. Repentance
03. Signs of Fire
04. Shadow Falls
05. The Lantern
06. Believe in Forever
07. Midnight Eternal
08. When Love and Faith Collide
09. Like an Eternity
10. Silence
11. Pilgrim and the Last Voyage (instrumental)
12. First Time Thrill

Banda: Deep Sun
Álbum: Race Against Time
Estilo: METAL Sinfônico

Deep Sun é uma banda suíça que faz o que muitos metaleiros que torcem o nariz pra Metal Sinfônico querem ouvir: uma banda de Metal com elementos sinfônicos, ao invés de uma mini-orquestra com alguns elementos de Metal. A própria banda fala sobre essa proposta no refrão de "Good Old Times", cantando "Esse é o jeito que conhecemos Metal (...), Esse é o jeito que amamos Metal (...)". As músicas tem muito carisma, pulso, energia, e elementos sinfônicos que potencializam e embelezam o Metal, ao invés de engolirem todo o instrumental, como fazem as bandas sinfônicas veteranas que se profissionalizam demais. Alguns destaques são "Dreaming Leprechaun" que tem um teclado bem simpaticão, "Riders Of Death" e a própria "Good Old Times" que tem uma valentia típica do Manowar, "Des Königs Krieger" que é a mais "sinfônica", entre outras preciosidades e surpresas muito bem distribuídas ao longo das 11 faixas de "Race Against Time", que é uma ótima porta de entrada pro Metal Sinfônico e uma ótima recomendação pros velhos fãs do estilo que sentem falta de algo menos pomposo.
Faixas:
01. Race Against Time
02. Riders Of Death
03. The Believer
04. Good Old Times
05. Dreaming Leprechaun
06. Nostalgia
07. Deep Sun
08. For Eternity
09. Des Königs Krieger
10. Dark Ravine
11. Whispering Screams

Banda: HammerFall
Álbum: Built To Last
Estilo: Heavy Metal

Hammerfall é um dos principais nomes do Power Metal, e é uma banda que decepciona quem acha que vai ouvir algo parecido com Stratovarius, Blind Guardian ou Rhapsody of Fire, porque sua sonoridade é calcada no Heavy Metal dos anos 80 que mostrava sinais de melodia e uma temática específica e fantasiosa. E é justamente o que o Hammerfall apresenta neste último lançamento, um Metal tradicional com coros poderosos, riffs arrastados e galopantes, ritmo mediano que às vezes se empolga, algumas canções/passagens mais melódicas e cadenciadas, e aquela voz carismática do vocalista que faz o refrão mais clichê brilhar. Quantas vezes essa banda já falou sobre martelo pro alto?! É certeza absoluta que este álbum agradará aos fãs, pois ele é bem estável, conciso, homogêneo, e mais do que tudo, mostra como se faz um Power Metal de raiz e sem mistérios, e em sua melhor forma. Além de ser um ótimo ponto de partida pra quem quiser conhecer o Power Metal e já partir para outras coisas mais complexas, melódicas e mirabolantes. Antes de ir pra níveis avançados, todos temos que começar do básico.
Faixas:
01. Bring It!
02. Hammer High
03. Dethrone And Defy
04. The Sacred Vow
05. Twighlight Princess
06. Stormbreaker
07. Built To Last
08. The Star Of Home
09. New Breed
10. Second To None

Banda: Running Wild
Álbum: Rapid Foray
Estilo: Heavy Metal

Sendo uma das primeiras bandas a dedicar suas letras a um tema fantasioso específico, e célebre clássico do Metal tradicional, o Running Wild retorna com este lançamento que vem decepcionando os mais exigentes que esperavam por algo mais grandioso e espetacular. Fã é assim mesmo, nunca está satisfeito. Isso porque "Rapid Foray" é um trabalho bem concreto e regular, sem surpresas ou invencionices, só o bom e velho Metal que muitos já enjoaram (e nem sabem disso). Mas se há uma coisa que realmente é defeituosa nesse disco é a bateria, que se mostra abafada e com volume baixo na maior parte do tempo, o que é um problema contornável se ouvirmos o disco com fone de ouvido. No mais, as músicas se destacam pelos refrões fáceis, voz ainda potente do vocalista, e guitarras bastante presentes que trazem melodias incríveis e virtuosas... que só mostram essa virtude a partir da sexta faixa, que por acaso, é instrumental. As quatro primeiras faixas são "passáveis", se sustentam somente com a sonoridade e personalidade da banda, mas é a partir de "The Depth Of The Sea (Nautilus)" que "Rapid Foray" mostra seu potencial completo. E que potencial! Dá pra repetir as faixas várias vezes só pra aproveitar de novo e de novo os solos. Ah, e também tem a última faixa de 11 minutos que não cansa e é épica. Por fim, "Rapid Foray" é uma obra que tem carisma suficiente pra agradar a todos - todos que não forem exigentes.
Faixas:
01. Black Skies, Red Flag
02. Warmongers
03. Stick To Your Guns
04. Rapid Foray
05. By The Blood In Your Heart
06. The Depth Of The Sea (Nautilus) (instrumental)
07. Black Bart
08. Hellectrified
09. Blood Moon Rising
10. Into The West
11. Last Of The Mohicans

Banda: Primal Fear
Álbum: Rulebreaker
Estilo: Heavy Metal

Por algum motivo bizarro, sempre incluíram essa banda no balaio do Power Metal, mas ela poderia ser facilmente confundida com outras bandas dos anos 80 como Accept, Saxon e Tank. Mas ela está nessa lista porque o disco é muito bom, e porque não tem outra categoria pra encaixá-la, basicamente. Pra não dizer que não tem nada de melódico nesse disco, tem a faixa "We Walk Without Fear", que tem aquele sonzinho singelo de caixinha de música em vários momentos, uma introdução épica e notas cadenciadas. Mas em essência, o disco é um Heavy Metal de raiz, que tem força, peso e agressividade, que se garantem apenas com o metal tradicional e fazendo o melhor que podem dentro desse estilo. O disco também não é veloz, se mantém num ritmo confortável e deixando o ouvinte se animar com a força das suas batidas e riffs, além da voz rasgada que recita versos que exigem certa versatilidade e desenvoltura. O disco é homogêneo na sua qualidade, mas este autor destaca a faixa "In Metal We Trust" por ser um hino do Metal (hinos nunca erram), a "We Walk Without Fear" por ser a mais diferente e "The Sky Is Burning" que é uma baladinha. Dentro do Heavy Metal, "Rulebreaker" é um dos melhores lançamentos do ano. Dentro do Power Metal, ele tá no lugar errado.
Faixas:
01. Angels Of Mercy
02. The End Is Near
03. Bullets & Tears
04. Rulebreaker
05. In Metal We Trust
06. We Walk Without Fear
07. At War With The World
08. The Devil In Me
09. Constant Heart
10. The Sky Is Burning
11. Raving Mad

Banda: Wings of Destiny
Álbum: Kings of Terror
Estilo: Power Metal

Dentre tantas bandas tocando um Metal melódico não-épico e fantasioso, este autor ficou mais interessado por esta banda costa-riquenha que iniciou suas atividades em 2015, lançou um disco nesse ano e no ano passado. Pois enquanto as outras tocavam tudo certinho, nos moldes do gênero, esta aqui tem algo a mais. Um brilho a mais, talvez? Personalidade própria nas suas composições? Velocidade e ousadia no instrumental? Voz que não é aguda, coisa que já é um grande diferencial? Podem ser vários os motivos que fazem "Kings of Terror" se destacar dos demais, e talvez o principal deles, seja seu som seguir uma proposta relativamente simples: é só Heavy Metal com melodia de fundo. Uma melodia que se une ao instrumental inerentemente pesado e marcante (com algumas partes até agressivas) que resulta num produto único e relevante. Sem dúvidas, é álbum revigorante por trazer algo que foge do normal.
Faixas:
01. We Bring You The Night
02. Angels & Demons
03. Kings Of Terror
04. Eye Of The Storm
05. Sea Of Oblivion
06. Siren's Song
07. Holy Innocence
08. Lie To Me
09. Touch The Sky
10. Eternity
11. United We Stand
12. Angels & Demons (com Fabio Lione)

Banda: Iron Savior
Álbum: Titancraft
Estilo: Power Metal

Como é que esse disco passou batido pela galera do Power Metal?! O Iron Savior é figura carimbada do estilo, lança disco todo ano! Ou quase todo ano. Enfim, o que importa é que sua presença é notada, e seus discos sempre estão na média ou acima dela, como é o caso de "Titancraft". Dentro de canções que seguem a fórmula, a banda consegue fazer algo que chama nossa atenção e nos anima de montão (rima boba). Grande parte disso se deve a voz de Piet Sielck, que tem muita personalidade e carisma, faz até as músicas mais comuns serem grandes. Mas há muita coisa grande pra gostar aqui, como o solo de "Brothers In Arms" e "Seize The Day", a empolgação de "Strike Down the Tyranny" e "Titancraft", os refrões de "Beyond The Horizon" e "Way of The Blade" (um dos melhores do ano, que buniteza!), e as outras músicas que conseguem manter o nível e fazer "Titancraft" valer a pena. Principalmente pra quem ouve o disco com expectativa baixa e termina gostando mais do que achava que ia gostar.
Faixas:
01. Under Siege
02. Titancraft
03. Way of the Blade
04. Seize the Day
05. Gunsmoke
06. Beyond the Horizon
07. The Sun Won't Rise in Hell
08. Strike Down the Tyranny
09. Brother in Arms
10. I Surrender
11. Rebellious

Banda: Sabaton
Álbum: The Last Stand
Estilo: Power Metal

Este autor deve confessar que não conhecia o Sabaton até agora há pouco, nunca tinha entendido porque ele era tão elogiado e venerado por tanta gente... até ouvir esse disco. E as músicas anteriores a ele. As características essenciais dessa banda são suficientes pra se interessar por tudo que ela já fez na vida: voz grossa e imponente que foge do habitual do Power Metal, instrumental trabalhado na sujeira e organicidade do Metal tradicional, e letras abordando conflitos e guerras históricas - coisa que os conferiu o rótulo de "War Metal". Mas aqui em "The Last Stand", a banda resolve apostar mais na melodia e climatização das músicas. Mas não há razão pra alarde, pois a banda não deixou de lado o peso, agressividade e crueza tão características. O que essa pegada melódica fez foi potencializar a força e o poder das canções, e até mesmo deixá-las mais em sintonia com as suas temáticas. Então os fãs mais puritanos que odeiam mudanças (inclusive aquelas que vem pro bem, como é o caso) devem estar se segurando muito pra não vibrar com "Sparta", "Shiroyama", "The Lost Battalion", "Rorke's Drift", e todas as outras faixas, porque não gostar delas é bem difícil. Outra característica desse álbum é que as canções são relativamente curtas, e isso poderia até ser considerado ruim pra alguns, mas pra este autor. Elas duram o tempo que é necessário, sabe? Se se estendessem mais, abaria estragando. Em resumo, "The Last Stand" é um compilado de hinos de guerra apaixonados e contagiantes, completamente devotado à sua causa de ser poderoso e intumescido.
Faixas:
01. Sparta
02. Last Dying Breath
03. Blood Of Bannockburn
04. Diary Of An Unknown Soldier
05. The Lost Battalion
06. Rorke's Drift
07. The Last Stand
08. Hill 3234
09. Shiroyama
10. Winged Hussars
11. The Last Battle
Faixas bônus da edição limitada:
12. Camouflage
13. All Guns Blazing (cover do Judas Priest)

Banda: Freedom Call
Álbum: Master of Light
Estilo: Power Metal

Que capa escrota, bicho!!! Contrata o mesmo desenhista que faz as capas do Manowar, caramba! Ainda bem que ela é que nem a capa do Jackyl, a sua qualidade é inversa à qualidade do álbum. Esse provavelmente é o lançamento de Power Metal mais alegre do ano, porque as músicas são totalmente "pra cima", espantam a tristeza por nossos colegas mortos em batalha, e revitalizam nosso espírito para podermos comemorar a vitória do nosso exército com brindes de canecas de cerveja. É impossível não se sentir empolgado e feliz ouvindo esse disco, pois ele usa e abusa dos clichês do estilo de forma eficiente e com muita vontade de fazer algo excepcional. As canções são cheias de energia, coros, melodias e arranjos facílimos de se apegar, peso e velocidade incessantes quando a música pede por agitação, ou intensidade e força quando as músicas querem que você apenas sinta o poder emanando das suas mãos. Este autor destaca as quatro primeiras faixas, que são tão poderosas que nos fazem até resgatar aquele sentimento mágico e nostálgico de descoberta do Power Metal. E também as quatro últimas faixas, pois elas são carregadas de um encanto peculiar e fascinante. O único defeito desse disco é que a faixa "Riders In The Sky" devia ser a nona música, não a décima primeira. De resto, tá perfeito. Pra outros que não são tão apegados ao Power Metal assim, esse disco é simplesmente e divertido e animado, mas pra quem é fã desse gênero, "Master of Light" é fenomenal.
Faixas:
01. Metal Is For Everyone
02. Hammer Of Gods
03. A World Beyond
04. Masters Of Light
05. Kings Rise And Fall
06. Cradle Of Angels
07. Emerald Skies
08. Hail The Legend
09. Ghost Ballet
10. Rock The Nation
11. Riders In The Sky
12. High Up

Banda: Theocracy
Álbum: Ghost Ship
Estilo: Power Metal Progressivo

Eis uma boa pedida pra quem quer ouvir um Metal melódico com timbres claros, abertos e agudos do início ao fim. Existem sim riffs arrastados e de tom mais ameno, bateria que registra bem a marcação, o peso e o ritmo intenso, e até composições mais agressivas e fortes (a terceira faixa, por exemplo), mas o que mais se destaca nisso tudo, é a sonoridade geral carregada de luminosidade, melodia e energia, que nos presenteia com vários momentos de empolgação e adrenalina. O instrumental é cheio de virtuosismo e talento, empolgando com seus instrumentos incansáveis. E o vocalista de timbre agudo e limpo se esbalda em articulações, interpretações e exibicionismo típicos de um vocalista tentando vaga no The Voice. E não fica chato, pelo contrário! Ok, alguns podem achar exagerado, mas é um exagero que não faz mal, porque é Power Metal, e o vocalista tem sim que transmitir toda sua potência e habilidade, pelo rei, pela terra, pelas montanhas, pelos verdes campos onde os dragões voam! Enfim, "Ghost Ship" é pra ficar pilhado e imerso na animação e na glória aguda do Metal melódico.
Faixas:
01. Paper Tiger
02. Ghost Ship
03. The Wonder of It All
04. Wishing Well
05. Around the World and Back
06. Stir the Embers
07. A Call to Arms
08. Currency in a Bankrupt World
09. Castaway
10. Easter

Banda: Dreamtale
Álbum: Seventhain ...Memories of Time
Estilo: Epic Power Metal

Às vezes, tudo que precisamos é de um som assumidamente nerd. De uma voz fina cantando versos e refrões pegajosos e que cantam vocais alongadamente ("Names on The Wall", por exemplo), notas de teclado ou guitarra que compõem solos e melodias que não cansam e poderiam durar minutos a fio ("October Is Mine", outro exemplo), e bateria incansável que está sempre ativa e com seu ritmo galopante característico, que nos faz ter vontade de cavalgar pelas pradarias ermas dos campos verdejantes ("Fusion Illusion", mais um exemplo). Essas coisas, o Dreamtale cumpre muito bem - ainda coloca um teclado eletrônico em algumas músicas, pra dar um diferencial. Esta banda finlandesa nasceu em 2001 e já lançou seis discos na carreira, além de vários singles. E pelo jeito, ela quer se fazer ser conhecida, por isso lançou um segundo disco além desse "Seventhian", intitulado "Memories of Time", que compila músicas de seus trabalhos anteriores. Então por que você não cumpre seu desejo e ouve esse disco, por favorzinho?
Faixas:
01. Dreality
02. For Our Future
03. October Is Mine
04. Picnic Inferno
05. Cabal Toyboy
06. True Life
07. Reality Reborn
08. Fusion Illusion
09. Names on the Wall
10. Greenback Hunter
11. Moral Messiah
12. Embrace My Scars
Faixas do disco 2:
01. Refuge from Reality (do disco "Beyond Reality")
02. Call of the Wild (do disco "Beyond Reality")
03. Angel's Eyes (do disco "Ocean's Heart")
04. Two Hundred Men (do disco "Ocean's Heart")
05. My Only Wish (do disco "Ocean's Heart")
06. World's Child (do disco "Difference")
07. Take What the Heavens Create (do disco "Phoenix")
08. Firebird (do disco "Phoenix")

Banda: Lord Thanatos
Álbum: Legends of Ipheria
Estilo: Epic Power Metal

Olha só, na Colômbia tem Metal também! E esse disco é um clichê ambulante, todas as características do Power Metal estão aqui. Mas a vontade de ser épica é tão alta, que a banda ainda desenvolve uma narrativa fantástica que se desenrola durante as letras de suas canções. Isso fica evidente na sexta faixa, onde a música faz uma pausa, fica só na melodia, e tem uma narraçãozinha dizendo que o grande senhor dragão morreu e compartilhou seu poder e sua alma com todos. Que nerdice!!! Mas não vá esperando um Rhapsody of Fire, com melodias bombásticas e cinematográficas, pois a sonoridade geral é bem leve e básica, sem momentos grandiosamente estupendos. Mas a vontade de ser épico está aqui, e já é suficiente para agradar o fã do gênero, que irá aproveitar bem da guitarra bem explorada, do vocal não-épico que acaba combinando com o estilo próprio da banda, e com a bateria incansável quase nunca deixa de tocar naquele ritmo constante. "Legends of Ipheria" é um bom entretenimento e tem seus méritos para uma banda iniciante que demorou dez anos pra lançar seu disco de estreia.
Faixas:
01. Exodus (introdução)
02. A New Hope (outra introdução)
03. Sign in the Sky
04. Illusions of the Neverending Path
05. Mystical Battle in the Temple of Fire
06. Lord Thanatos
07. Light of Heart
08. Victory in the Forgotten Mountain
09. Betrayer of Faith
10. Horns of the Sacred Kingdom (instrumental)
11. Fight for Freedom

Banda: Equilibrium
Álbum: Armageddon
Estilo: Power Metal com gutural e uns instrumentos folk perdidos no meio

Todo mundo tá falando que essa banda é Folk/Viking Metal, mas este autor só concordaria se ela fosse parecida com o Arkona ou Eluveitie. O Equilibrium está mais pra Amon Amarth: tem um vocalista gutural potente e marcante, acompanhado de um instrumental cadenciado, pesado, imponente e fortíssimo, com uma bateria que registra bastante. Mas esse instrumental violento contrasta (e se une) com os teclados e melodias épicas que dão às músicas uma atmosférica quase cinematográfica, e extremamente bem produzida. Com essa combinação, "Armageddon" é composto por canções grandiosas e epopeicas, que fascinam pela sonoridade geral que é tão épica e tão bruta ao mesmo tempo. Figurando facilmente nos melhores lançamentos do ano, o álbum também conta com poucas músicas cantadas em inglês, composições diversificadas e complexas em certo ponto, versos e refrões pegajosos que ficam na cabeça e até dá pra cantarolar (apesar de ser esquisito cantarolar algo que é originalmente gutural... ainda assim, este autor cantarola "Heimat" feliz da vida), e até mesmo algumas passagens eletrônicas, coisa mais evidente em "Born To Be Epic", que agora deve ser o mais novo hino da banda. Bom, não há nada mais a ser dito além de OUVE ESSE NEGÓÇO LOGO.
Faixas:
01. Sehnsucht
02. Erwachen
03. Katharsis
04. Heimat
05. Born to Be Epic
06. Zum Horizont
07. Rise Again
08. Prey
09. Helden
10. Koyaaniskatsi
11. Eternal Destination
(existe um segundo disco com as mesmas músicas, mas instrumental)

Banda: Twilight Force
Álbum: Heroes of Mighty Magic
Estilo: Disney Power Metal

Essa é a outra banda que roubou a mana das outras bandas de Power Metal do mundo. Mas tipo, MUITA mana. MESMO. O Twilight Force é um sueco nascido em 2011, que no ano passado, impressionou todo mundo com o quão nerd ele é. Ele é suprassumo do clichê, a quintessência do RPG transformado em Metal, a exorbitância da magnanimidade opulenta do Power Metal. E o profeta está usando todos esses termos estapafúrdios porque adjetivam perfeitamente bem a sonoridade deste álbum, que é, em apenas um vocábulo, exagerado. Ele é uma overdose aguda de tudo que pode haver de épico no Metal socado num disco só. Tem barulhinho de brilho, sonoridade mágica, tecladinho, vocal agudo em alegria, coros, solos mirabolantes de mil notas por segundo, tudo isso ao mesmo tempo! A sensação de ouvir Twilight Force é como a de ouvir DragonForce pela primeira vez. É aquela nerdice, aquele sonzinho tão videogame, aquela nostalgia, é algo mágico e grandioso, acende uma chaminha brilhosa no nosso coração. Esse disco certamente não é pra todo mundo, e provavelmente nem pras pessoas que gostaram, que devem se sentir de HP totalmente cheio ao ouvir uma musiquinha só, mas merece ter sua importância reconhecida aqui na Retrô. Este autor só espera que ela melhore sua produção da próxima vez.
Faixas:
01. Battle of Arcane Might
02. Powerwind
03. Guardian of the Seas
04. Flight of the Sapphire Dragon
05. There and Back Again
06. Riders of the Dawn
07. Keepers of Fate
08. Rise of a Hero
09. To the Stars
10. Heroes of Mighty Magic
11. Epilogue
12. Knights of Twilight's Might

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