15/02/2017

Retrô 2016: Classics

Não, as bandas clássicas e consagradas do Rock e Metal não vão aparecer só lá na frente desta retrô, elas vão aparecer é agora! Ou melhor, as bandas clássicas e consagradas de segundo escalão que vão aparecer agora. Não que elas sejam inferiores em qualidade ou importância histórica, elas só são inferiores em público, em fama, em relevância na mídia, enfim. Apesar de terem sua importância incontestável, acabam sendo ofuscadas por aquelas bandas de Metal famosonas e super comentadas que já deviam ter morrido sempre ganham todos os holofotes. Por isso este autor vai reunir aqui os lançamentos de bandas clássicas que ninguém devia perder, mas acaba perdendo!

Mas antes, o profeta vai listar alguns lançamentos que... tudo bem se você perder. É que eles não são bons o bastante, sabe? São eles:
  • Lita Ford - Time Capsule: Um belo dia, Lita Ford deu uma geral em sua casa e descobriu algumas demos com canções gravadas nos anos 80, e resolveu lançar elas nesse álbum. E este autor não o recomenda porque só tem duas ou três músicas realmente empolgantes, o resto é só baladinha ou música morna. Ele só é recomendado se for encarado como um álbum póstumo de "gravações raras/perdidas/rejeitadas", porque isso acaba baixando nosso senso crítico.
  • Steve Vai - Modern Primitive: Este é um compilado de músicas rejeitadas que foram gravadas entre o primeiro e segundo disco de Steve. E essas músicas, como ele próprio fala, são estranhas. Estranhíssimas mesmo! Não tem como acompanhá-las, se apegar a elas, investir nelas, porque elas são tão... tão "sei lá", que não dá, não tem como. Talvez um bitolado de Metal Progressivo consiga extrair algum proveito.
  • Dee Snider - We Are The Ones: Nesse trabalho solo do vocalista do Twisted Sister, só vamos encontrar músicas Pop Rock e Pop. Mas não se atrevam a conferir, porque até pra quem curte Pop, esse disco é mediano. E sim, o profeta ouviu o dito cujo! O único ponto positivo, é que Snider tá cantando bem pra caramba.
  • Tyketto - Reach: Na primeira metade do álbum, a banda não soube juntar muito bem a sua melodia com o peso, ficando uma união bem inconsistente. E na segunda metade, as músicas soam bastante genéricas. Triste, mas verdade.
  • Metal Church - XI: É um disco bom sim... Tem músicas bem boas... Mas no saldo geral, acaba não empolgando tanto quanto poderia como álbum.
  • Bon Jovi - This House Is Not for Sale: É muito ruim!!! O Bon Jovi só lança coisa ruim ultimamente!!!
  • Hawkwind - The Machine Stops: Quem quiser conhecer o significado da palavra "datado", que os resenheiros falam tanto, que ouçam esse troço.
  • Rolling Stones - Blue & Lonesome: É ótimo, mas é só um disco de covers.
  • Ace Frehley - Origins Vol. 1: É ótimo, mas é só um disco de covers. [2]
  • Eric Clapton - I Still Do: É só um disco de Blues.
  • Neil Young - Peace Trail: É só um disco de Folk.
  • Jeff Beck - Loud Hailer: É só um disco de... olha, é difícil explicar o que ele é, então vale a pena fazer uma resenha especial, ainda que não seja exatamente uma recomendação, de fato. Que nem os discos do Blackfoot e Amaranthe.
Artista: Jeff Beck
Álbum: Loud Hailer
Estilo: Rock com um pezinho afundado no Alternativo

Jeff Beck é um guitarrista britânico que está em atividade desde 1965, e é um dos músicos mais prestigiados do Rock por seu virtuosismo e criatividade. E também versatilidade, pois apesar de se consagrar pelo Rock clássico, Jeff sempre procura buscar influências novas e expandir seus horizontes. "Loud Hailer" é prova disso, com sua sonoridade altamente contemporânea e com algumas inserções eletrônicas. E pra ajudar nessa proposta moderna, foram convidadas as duas líderes da banda de Future Rock (fala sério, isso é Rock Alternativo) chamada Bones, a vocalista Rosie Bones e a guitarrista Carmen Vandenberg, que acompanham as invencionices e experimentações de Jeff. Rosie, que tem um timbre único, e é auxiliada pela produção que insere texturas e efeitos em sua voz quando a climatização da música pede, se encaixa muito bem na missão de ser porta-voz de letras que abordam temas contemporâneos e críticas sobre o mundo atual. Enquanto isso, na parte instrumental, os guitarristas tocam notas afiadas, estridentes, criativas e exibidas, com Jeff se destacando frequentemente no meio da multidão. Cada faixa do disco é uma surpresa, não se sabe o que esperar. A primeira é basicamente uma voz sábia fazendo um discurso com uma guitarra ao fundo. A terceira é um instrumental eletrônico sujo e vibrante. A décima é um Funk Rock total, a quinta é calmíssima e profunda, a nona vai do sereno ao forte, a oitava eu nem sei pra que que tá no disco, parece uma trilha sonora curtinha de uma cena de suspense, e por aí vai. "Loud Hailer" com certeza não é pra todo mundo, e por isso não está (e ao mesmo tempo está!) nesta retrô.
Faixas:
01. The Revolution Will Be Televised
02. Live in the Dark
03. Pull It
04. Thugs Club
05. Scared for the Children
06. Right Now
07. Shame
08. Edna
09. The Ballad of the Jersey Wives
10. O.I.L.
11. Shrine

Agora sim vamos a ela:

Retrô 2016: Classics

Banda: Santana
Álbum: Santana IV
Estilo: Música latina com Rock

A primeira coisa que o navegante de primeira viagem precisa saber sobre o Santana, é que o cara estava no Festival de Woodstock sim, é um dos nomes mais importantes do Rock sim, é uma lenda viva sim, mas NÃO, ele não se restringe ao Rock. Muito pelo contrário. Isso é provado aqui em "Santana IV", que apresenta música latina com Rock, ao invés de "Rock com influências da música latina". E isso é ruim? De forma nenhuma! Além de mostrar a mais pura essência do som encantador que o Santana é capaz de fazer, as músicas são tão boas, tão complexas, diversificadas, virtuosas e carismáticas, que o fã de Rock mais tradicional irá considerá-las NO MÍNIMO respeitáveis. Além desses adjetivos, as canções também são animadas, contagiantes e dançantes muitas vezes, mas sem perder a veia rebelde e radical do Rock and Roll, que se expressa por meio dos seus riffs e solos afiados e energia pujante. Agora, sobre o disco em si, já viu quantas faixas ele tem? Você pode ouvir metade num dia e metade noutro, tomando a faixa #9 como espécie de divisora de águas. Também recomendo pular a faixa #4, porque é longa até demais e dá uma quebrada violenta no ritmo do álbum, por seu tom introspectivo e profundo. Tomadas as devidas sugestões, é fácil constatar que "Santana IV" é o primeiro álbum em muito tempo que mostra conteúdo autoral e inédito excelente, porque é o primeiro em muito tempo que não é uma coletânea, nem um álbum ao vivo, nem um álbum cheio de artistas aleatórios com a participação especial do Santana. Merece ser reconhecido e ouvido com gosto.
Faixas:
01. Yambu
02. Shake It
03. Anywhere you Want To Go
04. Fillmore East
05. Love Makes The World Go Round (com Ronald Isley)
06. Freedom In Your Mind (com Ronald Isley)
07. Choo Choo
08. All Aboard
09. Sueños
10. Caminando
11. Blues Magic
12. Echizo
13. Leave Me Alone
14. You And I
15. Come As You Are
16. Forgiveness

Banda: Spiritual Beggars
Álbum: Sunrise To Sundown
Estilo: Rock, Heavy Metal

Acostumado a fazer um som mais calcado no Hard Rock e Stoner com um instrumental mais fervilhante, que o caracterizaria como Metal, aqui em "Sunrise To Sundown", o Spiritual Beggars se esbalda no Rock clássico e setentista, o que poderia lhe garantir uma vaguinha na primeira retrô. Isso só não aconteceu porque a banda pega esse som clássico e usa mais como uma influência do que como sua essência, executando algo com mais personalidade própria Mas olha, essa influência é BEM atuante, porque temos arranjos, composições e AQUELE tecladinho que fazem a sonoridade geral se assemelhar ao Deep Purple muitas vezes. De início, o disco também se mostra um pouco difícil de ser digerido, por causa das composições mais trabalhadas e elementos mais intrincados, mas também não chega a ser um grande desafio ao ouvido. Depois da primeira audição, vamos desvendando as músicas e nos deixando levar pela sua magia, pelo duelo de guitarra e teclado no solo de "What Doesn't Kill You", pela imponência da faixa-título, pela constância do instrumental de "Lonely Freedom", pela guitarra fortíssima de "Dark Light Child" e pelas demais peculiaridades que as cançõe o ferecem. Sem dúvidas, "Sunrise to Sundown" é um dos discos mais interessantes do ano passado, recheado de criatividade e personalidade.
Faixas:
01. Sunrise To Sundown
02. Diamond Under Pressure
03. What Doesn't Kill You
04. Hard Road
05. Still Hunter
06. No Man's Land
07. I Turn To Stone
08. Dark Light Child
09. Lonely Freedom
10. You've Been Fooled
11. Southern Star

Banda: Kansas
Álbum: The Prelude Implicit
Estilo: Rock Progressivo

O Kansas é uma banda de Rock Progressivo com 45 anos de estrada que tem a vantagem de ter um som palatável para o grande público, não tendo aquele nariz empinado e ar de superioridade que outras bandas Progressivas por aí tem. Não é à toa que ela tem tantos hits famosos como "Carry On My Wayward Son", "Play The Game Tonight", "Dust In The Wind" e outros que foram esquecidos como poeira ao vento. Agora a banda quebrou um jejum de 16 anos sem lançar nenhum disquinho, lançando "The Prelude Implicit" que conquista pelas suas melodias que nos fisgam na mesma hora, pelas guitarras que cumprem bem seu papel, pelas composições interessantes e criativas, e especialmente pelas belas orquestrações, que tem como astros o teclado e violino, que dão um toque todo especial à obra. Entretanto, apesar de serem assimiláveis, atraentes e fluídas, é possível que as músicas te enfastiem no meio do caminho, especialmente durante a sexta faixa "The Voyage of Eight Eighteen", que tem 8 minutos e 18 segundos (como o título fala). As faixas preferidas deste autor foram essa aí de 8 minutos, "Rhythm in the Spirit" que tem tudo que a banda pode oferecer, "Visibility Zero" que tem grande apelo (e videoclipe), "Summer" que é simplesmente uma curtição, "Section 60" que é instrumental e é ótima, e outras que este autor não decorou o título. Ouça "The Prelude Implicit" para saber as suas preferidas e conhecer mais dessa banda, pois os hits que ela emplacou ao longo dos anos são só a ponta do iceberg.
Faixas:
01. With This Heart
02. Visibility Zero
03. The Unsung Heroes
04. Rhythm in the Spirit
05. Refugee
06. The Voyage of Eight Eighteen
07. Camouflage
08. Summer
09. Crowded Isolation
10. Section 60
11. Home on the Range (bônus)
12. Oh Shenandoah (Traditional) (bônus)

Banda: Magnum
Álbum: Sacred Blood "Divine" Lies
Estilo: Rock

Tá bom, essa banda aqui, só quem é fanzaço de Rock clássico que conhece. Quem é plebeu, só conhece aquele picolé homônimo da Kibon. Este quinteto britânico nascido em 1972, morto em 95, e renascido em 2001, já possui uma carreira sólida com 18 discos elogiados pela crítica, tocando um Rock às vezes mais puxado pro Hard, outras vezes pro Progressivo, mas sempre mantendo uma proposta melódica. Aqui neste álbum, nos deparamos com músicas profissionalmente trabalhadas na sua climatização, transmitindo uma sofisticação e nobreza bem latentes. Ouvir faixas como "A Forgotten Conversation", "Crazy Old Mothers" e "Twelve Men Wise and Just" nos faz constatar imediatamente que estamos ouvindo algo de caráter épico, sem ser Power Metal. Já outras como "Gypsy Queen" (que lembra Uriah Heep por motivos óbvios), "Princess In Rags (The Cult)" e a faixa título nos fazem ver como o Rock clássico pode ser singular nas mãos de uma banda experiente e diferenciada. Por se diferenciar da maioria das bandas e ainda se manter bem rock and roll, Magnum merece mais conhecimento e "Sacred Blood (...)" merece nossa conferida.
Faixas:
01. Sacred Blood, “Divine” Lies
02. Crazy Old Mothers
03. Gypsy Queen
04. Princess in Rags (The Cult)
05. Your Dreams Won’t Die
06. Afraid of the Night
07. A Forgotten Conversation
08. Quiet Rhapsody
09. Twelve Men Wise and Just
10. Don’t Cry Baby

Banda: Pretty Maids
Álbum: The Kingmaker
Estilo: Hard Rock/AOR, Heavy Metal

Desde os anos 80 que o Pretty Maids está ativo e frustrando os pervertidos que querem encontrar empregadas japonesas bonitas no Google. Com uma sonoridade peculiarmente única e de personalidade própria, e localizada no limiar entre o Hard Rock e o Metal, "The Kingmaker" traz uma imponência subjacente em suas músicas, que são intensas, marcantes e melódicas. Todas tem algo diferente e interessante pra mostrar, nenhuma é de se jogar fora. Sempre tem um solo, ou uma sacadinha diferente aqui e ali, umas inserções melódicas eletrônicas encaixadas, refrões inteligentes e pegajosos... Mas talvez o que mais importe, é mesmo a personalidade e sonoridade únicas da banda. Mas algumas faixas se destacam (como não poderia deixar de ser): "When God Took a Day Off" é ótima e tem uma abertura grandiosa, "Bull's Eye" tem refrão e riff grudentos, "King Of The Right Here And Now" (que título grande!) deixa a melodia de lado e chega a ser agressiva, "Civilized Monsters" começa calma e descamba pro peso. Talvez não seja o disco mais apelativo e simpático para quem não conhece a banda, mas com duas ou três audições, dá pra levar ele numa boa e curtir com mais naturalidade.
Faixas:
01. When God Took A Day Off
02. Kingmaker
03. Face The World
04. Humanize Me
05. Last Beauty On Earth
06. Bull's Eye
07. King Of The Right Here And Now
08. Heavens Little Devil
09. Civilized Monsters
10. Sickening
11. Was That What You Wanted
Faixas bônus da versão japonesa:
12. Kingmaker (versão estendida)
13. Humanize Me (versão estendida)

Banda: Hardline
Álbum: Human Nature
Estilo: Hard Rock, AOR

O Hardline nasceu em 92, sendo uma das tantas bandas de Hard Rock melódico que foram apagadas pelas bandas Alternativas, Pop Rock e Grunge da época. Ele só tem um integrante original, o vocalista Johnny Gioeli (que também canta no Axel Rudi Pell, outra banda desta lista), e lançou cinco discos, contando com este de 2016, e sem contar um ao vivo. Aqui, a duralinha entrega um trabalho bem direto e moderno, com músicas límpidas, eficazes e ótimas pra tocar ao vivo, com alguns momentos de empolgação bem dosados e espalhados no meio do bolo. A maioria desses momentos vem do vocal, especialmente quando a música é mais calma e melódica. Falando em melódico, as canções também são incrementadas com aqueles efeitos sonoros e tecladinhos de AOR, que trazem algo a mais para o instrumental que já funciona por si próprio. O álbum só descamba pra melodia melosa MESMO em "Take You Home", uma baladinha de voz e piano que serve pra gente aproveitar bem a dor de cotovelo. Já os momentos altos ficam por conta das duas primeiras faixas, que abrem o disco com gás total, de "Running on Empty" que tem um instrumental e refrão muito bons, e... basicamente, da primeira metade do disco. A segunda não perde a qualidade, só tem faixas mais calmas. Por fim, "Human Nature" agrada aos fãs do gênero e deve ser uma boa recomendação aos noobs.
Faixas:
01. Where Will We Go From Here
02. Nobody's Fool
03. Human Nature
04. Trapped In Muddy Waters
05. Running On Empty
06. The World Is Falling Down
70. Take You Home
08. Where The North Wind Blows
09. In The Dead Of The Night
10. United We Stand
11. Fighting The Battle

Banda: Cheap Trick
Álbum: Bang Zoom Crazy... Hello
Estilo: Hard Rock

Cheap Trick é uma das bandas mais tradicionais de Hard Rock dos anos 70, que só os fãs do gênero conhecem. Depois de uma longa carreira de mais de 40 anos, a banda mostra em "Bang Zoom Crazy... Hello" que ainda tem fôlego pra fazer músicas divertidas, animadas e contagiantes. Este é o álbum mais leve desta lista, que se sustenta com o bom e velho Rock and Roll e músicas facílimas de se apegar, refrões pegajosos e melodias alegres e cativantes. A primeira faixa já nos deixa empolgados com o refrão e ritmo dançantes, e seguimos pra segunda faixa que tem o melhor refrão que se pode querer, e depois pra terceira, que nos deixa no clima perfeito pra curtir o clima tranquilo enquanto nos locomovemos num veículo automotor (este autor pensou em dizer "enquanto dirigimos numa estrada sem rumo", mas quem faz isso hoje em dia?); e passamos pra quarta, que tem um solo muito, mas muito legal, pra quinta que... aaah, não precisa narrar todas as músicas! Elas são tão boas e vão numa fluidez que, quando menos se espera, o disco já acabou. É uma ótima pedida pra quem quer um Rock clássico despretensioso e divertido.
Faixas:
01. Heart on the Line
02. No Direction Home
03. When I Wake Up Tomorrow
04. Do You Believe Me?
05. Blood Red Lips
06. Sing My Blues Away
07. Roll Me
08. The In Crowd
09. Long Time No See Ya
10. The Sun Never Sets
11. All Strung Out

Banda: The Cult
Álbum: Hidden City
Estilo: Hard Rock

Aí outra banda que só quem é fã de Hard Rock conhece. O The Cult nasceu em 1983 como uma banda de Post-Rock Gótico Trevoso com o nome de Death Cult, mas mudou de ideia e resolveu se chamar The Cult, pra tocar Hard Rock. E de certa forma, é uma banda que tem mesmo o status de "cult", pois só é elogiada e conhecida pelos tiozões fãs de Hard Rock. Eles podem ter saudade dos tempo em que ela tinha mais energia, mas fazer o que, a pessoas envelhecem. E o The Cult envelheceu muito bem. Em "Hidden City" ouvimos músicas sóbrias, concisas e interessantes na sua proposta, que transmitem bem aquela atmosfera mágica e única que só bandas experientes conseguem passar. É como tomar um vinho envelhecido e sofisticado. É possível que este disco funcione melhor pra quem procure por um Rock mais sossegado e ameno, porque o clima que se vê em "G O A T", "Dark Energy", "Dance The Night", "Avalanche of Light" e outras, não é algo que se mantém por todo o disco. Ainda assim, "Hidden City" é um álbum que tem seu mérito de manter o The Cult relevante com músicas profissionais, tocantes e maduras.
Faixas:
01. Dark Energy
02. No Love Lost
03. Dance The Night
04. In Blood
05. Birds Of Paradise
06. Hinterland
07. G O A T
08. Deeply Ordered Chaos
09. Avalanche Of Light
10. Lilies
11. Heathens
12. Sound and Fury

Banda: Jackyl
Álbum: Rowyco
Estilo: Hard Rock

ESSA É UMA DAS PIORES CAPAS QUE A HUMANIDADE JÁ VIU!!! E seu título estranho é a sigla da frase "rock out with your cock out", ou "agitar com a pica de fora". Ehr.... Ainda bem que as músicas tem qualidade inversamente proporcional a capa e título! Elas são pra quem curte um Hard Rock ácido, sujo e com voz rasgada, então, pra quem não curte, tchau. Cada faixa tem suas particularidades: a segunda e terceira tem bons refrões, graças aos vocais de apoio. A quinta é tipo a música "Because I Got High" versão rockeira, tem um riffzinho bem legal. "Everyone’s A Winner" tem uma guitarrinha bem bacana, "Limpdick" é envolvente por ter tudo no lugar, e "Blast Off", como o refrão da música diz, é rock and roll". Talvez o único defeito do disco seja não ter músicas mais aceleradas ou rápidas, não que seja necessário, mas isso poderia potencializar a acidez delas. No mais, "ROWYCO" representa um som libertino, inconsequente e visceral, pra se esbaldar no que há de bom que a vida pode dar.
Faixas:
01. Disasterpiece
02. Rally
03. All Night Rodeo
04. Ahead Of My Time
05. Just Because I’m Drunk
06. Everyone’s A Winner
07. Crazy
08. Hammer To The Head
09. Limpdick
10. Blast Off

Banda: Diamond Head
Álbum: Diamond Head
Estilo: Heavy Metal

Eis aí um legítimo representante da Nova Onda do Heavy Metal Britânico, que infelizmente, só é conhecido (por alguns) por ter feito a canção "Am I Evil?", que o Metallica fez cover. A banda é praticamente um projeto do guitarrista Brian Tatler, pois ele sempre foi o único integrante original do grupo. E mesmo assim, o Diamond sempre conseguiu manter uma identidade musical, executando o melhor do Metal mais primordial com elementos de pura atitude rock and roll e algumas influências punk. E o maior trunfo desse disco de 2016 é parecer novo e atual, mesmo tocando um estilo clássico. Com muita disposição e fôlego, as músicas mantém a velocidade e peso na marcha 3, deixando as canções num ritmo constante e agradável, dando espaço para a voz limpa mostrar seu engajamento, para os riffs certeiros e momentos de maior intensidade, como nas faixas "Silence", "Set My Soul on Fire", "See You Rise" e "Speed". O máximo da intensidade certamente fica com "All the Reasons You Live", que tem um instrumental diferenciado e uma letra reflexiva. Já o máximo da velocidade e peso ficam com "Wizard Sleeve", que é diversão pura, "Bones" que mescla a velocidade com a intensidade e tem um refrão viciante, e "Shout at the Devil" que é a melhor de todas, dá pra repeti-la várias vezes sem se cansar. Ao que se propõe, "Diamond Head" é um bom
Faixas:
01. Bones
02. Shout at the Devil
03. Set My Soul on Fire
04. See You Rise
05. All the Reasons You Live
06. Wizard Sleeve
07. Our Time Is Now
08. Speed
09. Blood on My Hands
10. Diamonds
11. Silence

Banda: Anvil
Álbum: Anvil Is Anvil
Estilo: Heavy Metal

Ativos desde 1981, o Anvil é aquele tipo de banda previsível, mas no bom sentido. Ora, alguém já cobrou "inovação" do Motörhead, por acaso? Ele nunca precisou disso. E o Anvil também não. Acima de tudo, este trio canadense ama o que faz, e só quer tocar sua música sem grandes pretensões de fazer obras bombásticas e "uaaaau". O que não impede, é claro, que a banda faça álbuns acima da média, como "Juggernaut of Justice" de 2011, e outros discos mais antigos. E aqui em "Anvil Is Anvil", essa despretensão é a regra máxima. As faixas são facilmente assimiláveis e com peso, agilidade e energia suficientes para compor um bom entretenimento. Os exigentes que sempre procuram por "coisas inovadoras" podem passar longe desse álbum, porque pra curti-lo, tem que se deixar levar pelo seu clima descontraído e se divertir. O que, inclusive, é impossível de não fazer com a primeira faixa, que parece feita pelo Running Wild ou pelo Alestorm, tirando a parte Folk. Outras coisas pertinentes a destacar, são o grande trabalho de bateria que é executado, as influências que certas faixas apresentam, e a seriedade dos temas de algumas delas: "Gun Control" fala sobre porte de armas, "Die For A Lie" fala de guerras motivadas por religião, e "Forgive Don't Forget" trata da repercussão do Holocausto judeu na Alemanha. Por fim, não existem grandes comentários elaborados que se possam fazer sobre esse disco, pois como seu próprio título diz, Anvil é Anvil. Nem mais, nem menos.
Faixas:
01. Daggers And Rum
02. Up, Down, Sideways
03. Gun Control
04. Die For A Lie
05. Runaway Train
06. Zombie Apocalypse
07. Its Your Move
08. Ambushed
09. Fire On The Highway
10. Run Like Hell
11. Forgive Don't Forget
Faixas bônus da edição especial:
12. Never Going To Stop
13. You Don't Know What It's Like

Banda: Tygers of Pan Tang
Álbum: Tygers of Pan Tang 
Estilo: Heavy Metal

Fazendo parte da famigerada NWOBHM, o Tigres com Pão e Tang nasceu em 1978, lançou obras elogiadas no começo da carreira, ficou irrelevante a partir da virada do milênio, e ultimamente é um dos maiores nomes do Metal tradicional. Seu disco "Ambush" lançado em 2012 é simplesmente perfeito (este autor até comprou ele), e sua qualidade se mantém viva com este lançamento de 2016. O vocal agradável de Jacobo Meille, aliado ao instrumental animado e vibrante, compõem canções transmitem uma jovialidade impressionante e admirável. Tudo que existe nas músicas é atraente, os riffs, a batida, as composições de forma geral, vocal, solos, elementos e sacadinhas que aparecem pontualmente ao longo das músicas, tudo é extremamente cativante. Enquanto algumas faixas se sobressaem pelo entusiasmo máximo, como "I Got the Music in Me", "Only the Brave" ou "Never Give In", outras mostram que a banda também sabe desacelerar e ser diversificada, fazendo algo mais tocante em "Angel in Disguise", "The Reason Why" e "Praying for a Miracle". Mas o que rege este álbum é a empolgação acima de tudo, então pra quem quiser um som que não deixa ninguém pra baixo, este álbum é a melhor pedida.
Faixas:
01. Only the Brave
02. Dust
03. Glad Rags
04. The Reason Why
05. Never Give In
06. Do It Again
07. I Got the Music in Me (cover da Kiki Dee Band)
08. Praying for a Miracle
09. Blood Red Sky
10. Angel in Disguise
11. The Devil You Know

Banda: Axel Rudi Pell
Álbum: Game of Sins
Estilo: Heavy Metal

Desde que saiu da clássica Steeler, o guitarrista Axel Rudi Pell e sua banda também clássica vem nos presenteando com álbuns que fazem o gosto dos metalheads por sua sonoridade melódica, poderosa e cativante. E neste último lançamento, a banda caminha pelos terrenos conhecidos do Metal tradicional, mas com algo a mais, um charme a mais que torna o álbum mais interessante. Talvez isso se deva ao instrumental cheio de qualidade e carisma, que executa solos trabalhados e estimulantes que muitas vezes fazem a gente esquecer que tinha um vocalista ali, de tão bons e envolventes que são. Este certamente é o elemento mais marcante e que traz algum destaque num álbum que aposta no básico e, de certa forma, formulaico. Mas é a forma com que a fórmula é executada que o torna carismático. Sem dúvidas, "Game of Sins" consegue se sustentar muito bem apenas com a pura essência do Metal, fornecendo um ótimo passatempo para os fãs do gênero, e desagradando os enjoadinhos que já cansaram de feijão com arroz.
Faixas:
01. Lenta Fortuna (Intro)
02. Fire
03. Sons In the Night
04. Game of Sins
05. Falling Star
06. Lost In Love
07. The King of Fools
08. Till the World Says Goodbye
09. Breaking the Rules
10. Forever Free
11. All Along the Watchtower (cover de Jimi Hendrix)

Banda: Femme Fatale
Álbum: One More for the Road
Estilo: Heavy Metal

Além de ter uma vocalista feminina, coisa que já rende fama automaticamente, o Femme Fatale é uma daquelas bandas que nascem e morrem lançando um disco só, e que por isso, são cultuadas como "pérolas" ou "tesouros perdidos". Isso que a banda estava prestes a lançar um segundo álbum intitulado "Lady In Waiting" em 1989, já tendo até gravado suas músicas em demos. Só que ela acabou acabando em 90. Foi apenas em 2013 que sua vocalista Lorraine Lewis ressuscitou o Femme Fatale com uma formação nova e composta inteiramente por mulheres, sendo duas delas, integrantes do The Iron Maidens. E só em 2016 que as músicas do abortado "Lady In Waiting" viram a luz do dia, aqui em "One More for the Road". Então você aí que esperou 14 anos pelo "Chinese Democracy", seu sofrimento não é nada pra quem esperou 26 anos pelo segundo álbum do Femme Fatale!!! Mas a recompensa por essa espera (não que alguém realmente tivesse esperado, mas não vamos estragar a piada) foi grande! As canções são pesadas, rápidas, agressivas, enérgicas, pulsantes e cheias de entusiasmo e guitarras afiadas. E também soam orgânicas, pois a banda usou um método deveras especial e profissional para gravá-las no estúdio: tocou, gravou. Pronto. E essa gravação durou um dia só. Com certeza seria melhor se as faixas fossem mais polidas e limpinhas, ou então, regravadas com essa nova formação de integrantes... mas aí, ia perder a graça! "One More For The Road" é um prato cheio pra quem curte aquele Hard Rock/Metal dos anos 80, absolutamente imperdível.
Faixas:
01. Don’t Mean Nothing
02. Lady In Waiting
03. I Know
04. One More for the Road
05. Buried Alive
06. The Alley
07. Fallen Child
08. Til It’s Shot
09. Ain’t Nothing Better
10. Another Piece of My Heart (cover da Janis Joplin)
11. I’m Back
12. Sacred Bible
13. Stiffed
14. Lost Generation

Banda: Steve Grimmett's Grim Reaper
Álbum: Walking in the Shadows
Estilo: Heavy Metal

Grim Reaper é uma banda da NWOBHM que só precisou de três álbuns lançados na carreira (que foi de 1979 a 88) pra cair nas graças eternas dos headbangers, que passaram a acompanhar tudo que seu vocalista Steve Grimmett passou a fazer depois do término da banda. Não que Steve tenha feito muita coisa. O Grim Reaper só veio a ressuscitar em 2006, sob esse nome grandão, e só lançou seu primeiro disco de renascimento ano passado. Ou seja, outro disco mais esperado que o "Chinese Democracy"! E a espera valeu a pena nesse caso também, pois "Walking In The Shadows" é um disco decente e interessante, e sobretudo, o que se espera de uma banda de Metal tradicional: músicas pegajosas de primeira, refrões marcantes, e aquele instrumental vívido e afiado que empolga e diverte. Os fãs mais extremistas podem dizer que o disco é só "mais do mesmo" e que "não tem nada de especial", mas em sua época áurea, a banda também não fez nada de tão inovador e bombástico, então, como faria agora? (Pronto, podem afiar seus machados e matar o profeta) O destaque maior certamente fica pra voz de Steve, que envelheceu bem, tem aquela rouquidão que faz a voz soar mais "respeitável", digamos assim, mas talvez o seu timbre não satisfaça o gosto de todos. Enfim, o álbum é um retorno digno para a banda e para Steve, e vamos esperar que a sua recente tragédia não atrapalhe sua carreira vindoura.
Faixas:
01. Wings of Angels
02. Walking in the Shadows
03. Reach Out
04. I’m Coming for You
05. From Hell
06. Call Me in the Morning
07. Rock Will Never Die
08. Temptation
09. Thunder
10. Now You See Me
11. Blue Murder
12. Come Hell or High Water

Banda: Rage
Álbum: The Devil Strikes Again
Estilo: Heavy Metal


Este trio alemão começou em 1983 sob o nome de Avenger, até mudar pra Rage em 1986. E o único integrante original desse trio é o baixista e vocalista Peavy Wagner, que entrega este vigésimo disco da banda com uma formação e sonoridade nova, o que deixa os fãs e que não conhecem a banda no mesmo barco. essencialmente, ele é pesado, volumoso e sujo, que é aprovado automaticamente por qualquer um. Tanto que, com um ouvido mais crítico, algumas músicas podem soar medianas, mas graças a essa pegada visceral que permeia o álbum inteiro, todas as faixas são mais que palatáveis, são ótimas. O instrumental é muito bem trabalhado nos riffs arrastados e na agressividade, seja contida ou extravasada. Mas o que mais chamou atenção deste autor foram os versos e refrões, porque não tem como não se afeiçoar por eles. "Back On Track", "Deaf, Dumb And Blind", "Ocean Full Of Tears", "Spirits of The Night", são AQUELAS músicas memoráveis que ficam com a gente depois de muito tempo. Enfim, esse disco é excelente, e tem tudo pra agradar a todos.
Faixas:
Disco 1
01. The Devil Strikes Again
02. My Way
03. Back On Track
04. The Final Curtain
05. War
06. Ocean Full Of Tears
07. Deaf, Dumb And Blind
08. Spirits Of The Night
09. Times Of Darkness
10. The Dark Side Of The Sun
Disco 2
01. Bring Me Down
02. Into the Fire
03. Requiem
04. Bravado (cover do Rush)
05. Slave to the Grind (cover do Skid Row)
06. Open Fire (cover do Y&T)

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