17/03/2018

Retrô 2016: Stars

E chegou a tão esperada última parte da retrô 2016, que reúne os discos das bandas mais famosas do cenário! Aqui só tem nomes grandes, as lendas, os mitos, que às vezes entregam trabalhos não tão míticos assim. Nesta parte, essa decepção acontece pelo menos duas vezes, porque aqui, é assim: este autor está liberado pra falar mal do disco quando ele for ruim. Não é como as outras categorias em que ele só escolheu discos bons. Aqui o critério de seleção é "o disco ser de uma banda famosona". Se ele é bom ou é ruim, aí são outros quinhentos. E é sobre esses quinhentos que este autor vai falar agora:


Retrô 2016: Stars

Banda: AC/DC Airbourne
Álbum: Highway To Hell Breakin' Outta Hell
Estilo: Hard Rock

É um pouco difícil falar sobre o Airbourne, porque a banda nunca muda seu estilo. Ela se empenha 100% em ser a reencarnação do AC/DC com mais jovialidade e agressividade. Então não há muito a opinar ou exigir, apenas que a banda mantenha sua qualidade dentro da sua fórmula. Felizmente é o que acontece neste quarto lançamento da banda, que começa com a arrasa-quarteirão "Breakin' Outta Hell", descansa e recupera o fôlego com "Rivalry", e segue com seu Rock ácido e pesado pelo restante do disco, sustentando um ritmo e energia constantes que fazem o disco estar sempre num ponto alto. Sempre com seu Hard Rock agressivo, pesado e ácido de sempre, backing vocals na hora do refrão, solos afiadíssimos, riffs eficientes e pegajosos, e ritmo e batidas aceleradas pra não deixar a adrenalina baixar. E dentro dessa fórmula, existem alguns destaques: "Rivalry" consegue manter a empolgação, mesmo com o ritmo mais lento e marcado, "Thin The Blood" tem uma pegada bem punk, "When I Drink I Go Crazy" tem um baixo MUITO marcante, "It's All for Rock N' Roll" é uma das músicas mais "hinos do Rock" já feitas pela banda, "Down On You" é a trilha sonora perfeita de praticantes de cunilíngua... Enfim! O AC/DCirbourne ainda está em plena forma, vamos esperar que eles continuem esse furor agressivo e juvenil por muito tempo.
Faixas:
01. Breakin' Outta Hell
02. Rivalry
03. Get Back Up
04. It's Never Too Loud for Me
05. Thin the Blood
06. I'm Going to Hell for This
07. Down on You
08. Never Been Rocked Like This
09. When I Drink I Go Crazy
10. Do Me Like You Do Yourself
11. It's All for Rock N' Roll
Faixa bônus da edição limitada:
12. Bombshell

Banda: Alter Bridge
Álbum: The Last Hero
Estilo: Rock Moderno (mas pode chamar de Alternativo também)

Muitos só conhecerão essa banda por tocar na vindoura edição do Rock In Rio. Outros já a conhecem pelo seu vocalista, guitarrista e compositor Myles Kennedy, que vem atuando com Slash em seus últimos trabalhos solo. Mas a mídia especializada já conhece o Alter Bridge por ser uma das bandas recentes mais carismáticas, autênticas e que injetam sangue novo na cena, graças ao seu estilo diferenciado. Em "The Last Hero" nós temos uma amostra dessa singularidade toda, onde ouvimos um Rock virtuoso, intenso, melódico e relevante, que tem como principal característica, a sua sonoridade única e muito atraente. É ela o principal motivo para nos fazer investir nesse álbum e em suas músicas que fogem do comum - e que podem ser um pouco difíceis de pegar e assimilar nas primeiras audições. O segundo motivo pra gostarmos do disco, é a voz de Myles, que é uma das vozes mais reconhecíveis e originais do Rock nos últimos tempos. Além de ficar na nossa cabeça pra nunca mais sair, sua voz também canta letras de cunho sócio-político que discutem a nossa realidade atual, algo que o Rock (enquanto movimento musical) deveria fazer com mais frequência atualmente. Enfim, pra quem reclama que não tem bandas boas hoje em dia, ou que não tem nenhuma banda que inove e traga algo diferente, o Alter Bridge está aí e "The Last Hero" surpreende com um dos melhores trabalhos de 2016.
Faixas:
01. Show Me a Leader
02. The Writing on the Wall
03. The Other Side
04. My Champion
05. Poison in Your Veins
06. Cradle to the Grave
07. Losing Patience
08. This Side of Fate
09. You Will Be Remembered
10. Crows on a Wire
11. Twilight
12. Island of Fools
13. The Last Hero

Banda: Opeth
Álbum: Sorceress
Estilo: Rock Progressivo

É difícil tentar justificar esse álbum como um dos melhores do ano, pois trata-se do Opeth. E com o Opeth, é aquilo: ou você gosta e acha genial, ou acha meio estranho, difícil, esquisito, ai sei lá, e não gostar. Mas por mais que o Opeth seja um gosto adquirido e apreciável por poucos, ele sempre deixa alguma impressão diferente e marcante nas pessoas, seja ela boa ou ruim. Então se este álbum não é um dos melhores por unanimidade, certamente é um dos mais únicos. Aqui a banda deixa o peso de lado pra embarcar numa viagem relaxante, melódica, sutil, misteriosa e intrigante. Do início ao fim ficamos presos ao minimalismo das canções que se sustentam apenas com notas singelas de instrumentos não-convencionais, vozes que ecoam versos que ficam na cabeça e uma atmosfera de bonança e mansidão. Mas isso sem deixar de quebrar o ritmo, mudar de melodia de nada e experimentar coisinhas, como é normal no Progressivo. Pelo menos esse tipo de coisa aparece bem pontualmente, pois essa atmosfera calma permeia tudo. E com frequência acontece de notarmos algo que passou despercebido na última audição, o que é impressionante para um álbum superficialmente simples. Por exemplo, só agora este autor notou que o pavão da capa está sobre uma pilha de... restos humanos. "Sorceress" guarda essa e outras surpresas àqueles que tiverem paciência e disposição a ouvir.
Faixas:
01. Persephone
02. Sorceress
03. The Wilde Flowers
04. Will O the Wisp
05. Chrysalis
06. Sorceress 2
07. The Seventh Sojourn
08. Strange Brew
09. A Fleeting Glance
10. Era
11. Persephone (Slight Return)
Faixas bônus da edição limitada:
12. The Ward
13. Spring MCMLXXIV
14. Cusp of Eternity (ao vivo com The Plovdiv Philharmonic Orchestra)
15. The Drapery Falls (ao vivo com The Plovdiv Philharmonic Orchestra)
16. Voice of Treason (ao vivo com The Plovdiv Philharmonic Orchestra)

Banda: Dream Theater
Álbum: The Astonishing
Estilo: Metal (?) Progressivo

Condecorado como um dos melhores lançamentos do ano passado pelos críticos, "The Astonishing" é um disco conceitual que usa seus trocentos interlúdios, introduções e canções longas para narrar uma distopia futurista, como a capa do disco sugere. Sim, pode-se dizer que se trata de uma ópera-rock (ou ópera-metal), mas este autor não quer usar esse termo pra caracterizar esse disco, pois não tem Rock aqui. Nem Metal, pra falar a verdade. Essa é a principal característica do disco, e que o torna tão único e diferente, até mesmo dentro do próprio Dream Theater: ele não se encaixa no rótulo de Rock/Metal Progressivo. Sua sonoridade é peculiar, um misto de melódica, emocionante, áurea, densa, imersiva e pianística. Caso você esteja nesse clima, esse álbum vai ser um presente muito bem vindo e de qualidade infinita. Você pode até fazer sua aposta de quanto tempo essa ópera-metal vai demorar pra ser considerada um clássico do Metal, ou pelo menos do Dream Theater. Mas se você não estiver nesse clima sublime de músicas reflexivas, longas e melódicas, com grandes introduções, peso e agilidade pouquíssimo acentuados, e essa atmosfera toda distinta, esse disco vai ser uma tortura infinita pra você. É uma questão inevitável de "ame-o ou deixe-o". Se quiser uma amostra de como o disco é, ouça essa canção que a banda plagiou do Thiaguinho, que representa o álbum muito bem.
Faixas disco 1:
01. Descent Of The Nomacs
02. Dystopian Overture
03. The Gift Of Music
04. The Answer
05. A Better Life
06. Lord Nafaryus
07. A Savior In The Square
08. When Your Time Has Come
09. Act Of Faythe
10. Three Days
11. The Hovering Sojourn
12. Brother, Can You Hear Me?
13. A Life Left Behind
14. Ravenskill
15. Chosen
16. A Tempting Offer
17. Digital Discord
18. The X Aspect
19. A New Beginning
20. The Road To Revolution
Faixas disco 2:
01. 2285 Entr'acte
02. Moment Of Betrayal
03. Heaven's Cove
04. Begin Again
05. The Path That Divides
06. Machine Chatter
07. The Walking Shadow
08. My Last Farewell
09. Losing Faythe
10. Whispers On The Wind
11. Hymn Of A Thousand Voices
12. Our New World
13. Power Down
14. Astonishing

Banda: Gojira
Álbum: Magma
Estilo: Metal Progressivo com um pézinho no Doom

O Gojira conseguiu uma ascensão rápida graças ao seu estilo particular, que este autor gosta de chamar de "Death Metal para iniciantes". Porque quem não gosta do Death Metal tradicional gosta de Gojira, por ter um som mais leve, polido e calcado na técnica, não sendo tão agressivo. Aliás, é por causa disso que ele conseguiu tocar no Rock In Rio, porque o festival nunca deixaria um Deicide da vida ser uma das atrações principais. Entretanto, aqui em "Magma", a banda resolveu investir numa sonoridade mais grave, atmosférica e pesada (no sentido emocional). E consegue se sair muito bem nessa proposta, como se já estivesse acostumada a adotar esse tom há tempos! Será que "Magma" é o marco inicial de um caminho mais sombrio? Ou será que é só a banda provando novamente que não gosta de se prender a rótulos e quer tocar o que quiser? Isso só o futuro vai dizer, mas o essencial da banda ainda está aqui, o peso implacável da bateria continua, as músicas seguem intensas e convidativas a prestarmos atenção nos seus detalhes. Em geral, a intensidade também vem do baixo que ecoa fúnebre, como um eco abissal, unindo-se à atmosfera cadavérica do todo. E quando o abismo que estamos contemplando resolve nos despertar, é com uma brutalidade que não nos tira da música, pelo contrário, só nos faz querer ficar ali mais e mais.
Faixas:
01. The Shooting Star
02. Silvera
03. The Cell
04. Stranded
05. Yellow Stone
06. Magma
07. Pray
08. Only Pain
09. Low Lands
10. Liberation

Banda: Avenged Sevenfold
Álbum: The Stage
Estilo: Heavy Metal

Quem diria que este blog resenharia o A7X!!! O que será que o Profeta de 2010 diria sobre isso?! Mas calma, o Avenged está aqui por um motivo bem simples: esse disco é bom!!! Esqueça toda a ruindade que a banda faz frequentemente, esqueça o timbre detestável do vocalista e as músicas alternativas que só impressionam aqueles que não são tão inteirados no Rock/Metal. O Avenged desse disco é outro. É uma banda que não tem medo de investir em longas linhas de guitarra, de usar técnicas afiadas e composições que fogem dos padrões da banda, nem de apresentar um trabalho de qualidade que consegue explorar o talento inato e oculto dos seus músicos. Por que raios eles não fazem isso mais vezes?! Ainda que as canções sejam um tanto homogêneas, "The Stage" consegue prender nossa atenção e impressiona pelo instrumental tão atrativo e aguçado, tão maduro e seguro em sua atuação. Às vezes ele até deixa o vocal em segundo plano pra brilhar sozinho. Alguns se atrevem a dizer que o álbum está com uma carga Progressiva. O profeta não acha que chega a esse ponto, mas reconhece o nível de virtuosidade e habilidade que está presente aqui. Sem dúvidas é um dos álbuns mais surpreendentes e interessantes do ano passado. Mas só vendo (ouvindo) pra acreditar.
Faixas:
01. The Stage
02. Paradigm
03. Sunny Disposition
04. God Damn
05. Creating God
06. Angels
07. Simulation
08. Higher
09. Roman Sky
10. Fermi Paradox
11. Exist

Banda: Almah
Álbum: E.V.O
Estilo: Power Metal

Pra um projetinho furreca onde Edu Falaschi tem liberdade de fazer a porcaria que quiser sem impedimentos dos outros músicos, como os haters de Edu pensam, o Almah está se saindo muito bem! E "E.V.O" Morales veio pra bater o martelo mais martelado ainda que o Almah é uma banda a ser respeitada. Especialmente por causa de um elemento que se destaca assim que ouvimos o disco pela primeira vez: sua produção, mixagem e melodias que deixam tudo mais grandioso, majestoso e cintilante. E por causa dessa sonoridade, alguns podem achar que esse disco tá muito "padrãozinho", muito igual às bandas genéricas de Power Metal europeias. E algumas faixas realmente confirmam um pouco essa impressão, como a primeira que é bombástica tal qual toda música de abertura, a segunda que parece uma versão pesada de uma canção do Coldplay pela singeleza e pelos "ôôôôô"s, a terceira que é aquele tipo de baladinha que só fica mais expansiva nos refrões, e entre outros elementos espalhados durante o álbum aqui e ali. Mas felizmente tudo isso é capitaneado pelas composições diferenciadas e o timbre versátil e tão característico de Edu, que dão a personalidade e caráter que as canções necessitam. A criatividade com que antigos elementos do Metal melódico se mesclam com influências e pegadas diferentes tornam o álbum revitalizante e animador. É sem dúvidas um trabalho que chama atenção. Só tem uma música que incomoda de verdade, a "Infatueted" que tem um refrão repetitivo e que se torna bem enjoativa depois da segunda audição. Mas fora isso, "E.V.O" é mais uma bola dentro do Almah, e mais um dos destaques de 2016.
Faixas:
01. Age Of Aquarius
02. Speranza
03. The Brotherhood
04. Innocence
05. Higher
06. Infatuated
07. Pleased To Meet You
08. Final Warning
09. Indigo
10. Corporate War
11. Capital Punishment

Banda: Sonata Arctica
Álbum: The Ninth Hour
Estilo: Metal melódico

O Sonata Arctica ficou conhecidíssimo no meio do Metal por sua sonoridade única dentro do campo do Power Metal. Melodia, essa banda tinha de sobra, mas era uma melodia diferente, singular, despertava nosso "não sei o quê" interior e nos fascinava e emocionava, até ficarmos inevitavelmente atraídos por sua sonoridade melancólica, mas vibrante ao mesmo tempo. E suas letras acentuavam mais ainda essa impressão, sendo sempre íntimas, profundas e poéticas. Era tão diferente o negócio, que alguns começaram a chamar o Sonata de "Ice Metal". Pois bem, com o passar do tempo, os fãs foram percebendo uma mudança no direcionamento da banda, com sua melodia mudando e ficando praticamente irreconhecível. Daí o Sonata passou a ser aquele tipo de banda que as pessoas só vão pros shows pra ouvir as músicas antigas, porque as novas não desciam muito bem. Dito tudo isso, talvez este seja o disco mais bem-resolvido dessa fase recente, onde ele finalmente consegue deixar sua nova sonoridade mais consistente e eficiente. É nítido que os integrantes parecem ter tirado um peso das costas e se sentem livres pra experimentar o que quiser, pois finalmente chegaram a uma fórmula ou estrutura que fosse mais concisa. A liberdade é tanta que as canções são bem diferentes umas das outras, com cada uma tendo personalidade e caráter próprias. Algumas delas podem até ser consideradas "progressivas", dada sua complexidade e imprevisibilidade. E essa diversidade também está nas letras: se em "Till Death's Done Us Apart" temos mais uma música daquele personagem que fica com a menina que larga ele depois, e ele fica se lamentando, "Fairytale" mostra um pouco das visões de mundo da banda, e dá umas alfinetadas em um certo político construtor de muros. Com tudo isso, "The Ninth Hour" é, sem dúvidas, um disco difícil de ser digerido, pois a personalidade nova da banda e a diversidade das canções tornam nossa audição uma experiência bem custosa. Entretanto, se o ouvinte tiver paciência e ouvir as canções mais algumas vezes, essa experiência se torna recompensadora, pois entendemos o quanto esse disco é inventivo, diferentão e único. Não único como antes, um único diferente, que mantém o Sonata Arctica como uma banda singular no meio do Metal melódico.
Faixas:
01. Closer to an Animal
02. Life
03. Fairytale
04. We Are What We Are
05. Till Death's Done Us Apart
06. Among the Shooting Stars
07. Rise a Night
08. Fly, Navigate, Communicate
09. Candle Lawns
10. White Pearl, Black Oceans - Part II, "By the Grace of the Ocean"
11. On the Faultline (Closure to an Animal)

Banda: Rhapsody of Fire
Álbum: Into The Legend
Estilo: Epic Power Metal

É complicado falar dessa banda, porque ninguém entendeu direito a cisão que houve nela até agora. Então aqui vai um resumo: em 2011, o guitarrista, tecladista, e um dos membros fundadores, Luca Turilli, deixou a banda pra formar a sua própria, intitulada Luca Turilli's Rhapsody (pfff). Ele não levou da banda ninguém importante consigo, então não foi uma cisão tão traumática quanto parece. Não foi igual aquela separação do Angra, que levou metade dos integrantes pro Shaman. O ruim foi que em 2016, o vocalista Fabio Lione também saiu do Rhapsody of Fire, pra ser membro efetivo do... adivinha? Do Angra! Eita, que esse povo do Metal melódico adora fazer troca-troca de integrantes! Agora só sobrou o tecladista Alex Starpoli como membro original da rapsódia fogosa. Mas já já ele vai sair da banda também, já tô prevendo! Enfim, no meio dessa confusão toda, você acha que pode sair um disco com um mínimo de consistência? A resposta é sim! Ele só não é genial, nem é um petardo, nem registra na nossa memória, nem... Ehr... Bom, ele é fraco. O ponto a favor, é que Lione é quem ainda canta as músicas, e ele quem ancora o carisma e identidade das mesmas, porque a verdade é que... elas estão meio sem sal. Não que os integrantes estejam tocando mal, ou as canções não sejam épicas, nem estruturadas e coesas. Está tudo muito bem, mas falta algo, falta "aquilo" que torna as coisas especiais, falta alma. Tanto é que as únicas canções que nosso cérebro cantarola, são as duas primeiras. O resto passa, vemos que o talento e competência ainda não morreram, mas nada marca. E o principal problema do álbum, segundo este autor, é que ele tem o ritmo todo quebrado. Sabe quando a música pára tudo e só deixa a bateria ou a guitarra alguns segundinhos, pra voltar com tudo logo depois? Então, essas paradinhas acontecem O TEMPO TODO. Quando a gente finalmente pega o embalo, a música PÁRA, e volta, quebrando totalmente a nossa euforia. E se não são essas paradinhas, são as desaceleradas que acontecem pra apresentar os coros, que são desnecessariamente alongados. Enfim, "Into The Legend" é bem-intencionado e tem pontos positivos, que são beeem diluídos no meio de canções que não marcam e que se auto-sabotam.
Faixas:
01. In Principio
02. Distant Sky
03. Into The Legend
04. Winter's Rain
05. A Voice In The Cold Wind
06. Valley Of Shadows
07. Shining Star
08. Realms Of Light
09. Rage Of Darkness
10. The Kiss Of Life

Banda: Epica
Álbum: The Holographic Principle
Estilo: Metal Sinfônico

Uma hora ou outra, chega aquele momento em que uma banda de Metal Sinfônico aposta mais na sinfonia e começa a compor músicas pomposas, orquestrais, majestosas, melódicas e bombásticas, suprimindo quase que completamente o Metal. Isso aconteceu com o Nightwish mais atual, com o Delain, com o próprio Epica, e com outras bandas. Essa mudança até agrada aos fãs, mas eles também sentem falta de algo menos melódico, mais Metal, com mais pegada, sabe? E foi justo isso que o Epica fez nesse novo disco! Com toda sua maturidade e experiência adquiridas ao longo dos anos, a banda veio e compôs canções de METAL Sinfônico, cheias de energia, dinamismo, agilidade, peso e uma sinfonia mais contida desta vez, que só está presente na voz mezzo-soprano de Simone Simons (que não é operístico e não entedia quem não gosta de vocais líricos), nos coros frequentes e bombásticos, e no teclado que delineia melodias pegajosas, mas sem ficar em primeiro plano. Os astros aqui são o METAL, a bateria marteladora, o baixo bem presente (milagre!), a guitarra frenética, o peso bem acentuado, e finalmente os refrões poderosos que ficam na nossa cabeça e solos divinos. O instrumental inteiro está realmente vibrante e visceral aqui, é viciante de ouvir e é um prazer repetir cada música e se esbaldar no seu som energizante. "The Holographic Principle" tem o que é preciso pra agradar não só aos fãs, mas também o pessoal que não é tão fã de Metal Sinfônico. E por agradar a gregos e troianos, bater o martelo de que esse é o melhor disco do Epica é completamente justificado.
Faixas:
01. Eidola
02. Edge of the Blade
03. A Phantasmic Parade
04. Universal Death Squad
05. Divide and Conquer
06. Beyond the Matrix
07. Once Upon a Nightmare
08. The Cosmic Algorithm
09. Ascension - Dream State Armageddon
10. Dancing in a Hurricane
11. Tear Down Your Walls
12. The Holographic Principle - A Profound Understanding of Reality

Banda: Avantasia
Álbum: Ghostlights
Estilo: Ópera Metal Sinfônica

Que disco gostoso de ouvir, vou te contar! Tendo como convidados Dee Snider, Sharon den Adel, Michael Kiske, Marco Hietala, Robert Mason (Warrant), Bruce Kulick (Grand Funk Railroad), Ronnie Atkins (Pretty Maids), Bob Catley (Magnum) e outros artistas mais desconhecidos, o maestro Tobias Sammet continua sua ópera que mistura Metal, sinfonia e alguns vícios do Hard Rock dos anos 80. Mas este autor já vai avisando que é bom ouvir esse álbum com expectativas baixas, pois não é um clássico instantâneo e magistral, como são outros registros desse projeto ambicioso. É mais um disco divertido e que tem seus momentos de brilhantismo, que se mostram mais frequentes no decorrer do disco. É que as duas primeiras canções são épicas, grandiosas e tal, mas são muito normais, só servem mesmo pra abrir o disco e estabelecer seu tom. Depois é que temos "Seduction of Decay", que dá vontade de gritar "HEY!", "Ghostlights" que tem um refrão que queremos que se repita, "Draconian Love" que abusa da teatralidade (no bom sentido), a próxima que é mais pesadinha e tem um refrão viciante, enfim, e várias outras canções marcantes e de personalidade pra gente se esbaldar. Em resumo, "Ghostlights" é um disco que demora um pouco pra engrenar, mas quando vai, vai mesmo. Por isso não é brilhante ou um petardo, mas vale a pena ouvir uma vez pelo menos.
Faixas:
01. Mystery Of A Blood Red Rose
02. Let The Storm Descend Upon You
03. The Haunting
04. Seduction Of Decay
05. Ghostlights
06. Draconian Love
07. Master Of The Pendulum
08. Isle Of Evermore
09. Babylon Vampyres
10. Lucifer
11. Unchain The Light
12. A Restless Heart And Obsidian Skies
13. Wake Up To The Moon

Banda: Amon Amarth
Álbum: Jomsviking
Estilo: Heavy Metal com melodia e gutural

Não tem um disco do Amon Amarth que não seja, no mínimo, bom. Enquanto a banda não sair da sua fórmula de Metal pesado com roupagem viking e melódica, seu futuro estará garantido. Mas só pra dizer que fez algo diferente desta vez, a banda se propôs a fazer um álbum conceitual, narrando uma história através das canções: era uma vez um jovem que foi exilado da sua terra (e inclusive rejeitado por seu pai) por ter matado o braço-direito do chefe de lá, que ia "levar a sua amada embora". Ele jura voltar para sua terra e "ver o chefe queimar", e a história se desenrola a partir daí. Está tudo perfeitamente contado e explicado nas letras das canções, não é preciso procurar nenhum material especial à parte. E ao contrário do que se pode pensar, as músicas funcionam muito bem sozinhas, conseguem se sustentar através das suas próprias melodias, refrões, solos, etc. Mas o melhor mesmo é ouvir tudo de uma vez, acompanhando todo o contexto e formando as cenas do que é narrado na nossa mente. O que também não é nada custoso ou estafante, pois o álbum é bastante fluído, fácil de ouvir e, de certa forma, leve, pois a banda se segura um pouco no seu peso e ferocidade habitual. Por isso este autor deu aquele rótulo ali em cima, em vez de "Death Metal Melódico", pois seu instrumental se assemelha bastante ao vigor e energia que vem sendo executados pelas bandas veteranas de Metal tradicional, como Accept e Saxon. Em resumo, é pesado sim, mas não machuca os ouvidos como de costume. E nem precisa, porque "Jomsviking" já está ótimo do jeito que está.
Faixas:
01. First Kill
02. Wanderer
03. On A Sea Of Blood
04. One Against All
05. Raise Your Horns
06. The Way Of Vikings
07. At Dawn's First Light
08. One Thousand Burning Arrows
09. Vengeance Is My Name
10. A Dream That Cannot Be (com Doro)
11. Back On Northern Shores

Banda: Testament
Álbum: Brotherhood of The Snake
Estilo: Thrash Metal

O fato de "Brotherhood of The Snake" ser o lançamento de Thrash mais comentado e elogiado de 2016 talvez se deva pelo fato do Testament ter mais renome e mais fãs, pois a verdade é que ele está no mesmo nível dos outros lançamentos de Thrash desse ano. Em outras palavras, é outro discaço que o fã do gênero não pode perder. Existem três qualidades que se sobressaem nesse disco: a primeira é a bateria, que, meus Deus Metal, com que alimentaram essa criatura? Gene Hoglan não apenas oferece o vigor e potência necessários pras canções, mas também arruma um tempinho pra se exibir com suas técnicas, sacadas e doses explosivas de velocidade ou virtuosidade. O outro elemento notável é a dobradinha de guitarras que nos presenteiam com personalidade, diversidade, melodias afiadas (o solo de "Neptune's Spear", por exemplo, é quase operístico) e os riffs marcantes que são tradicionais do Thrash. Dentro da fórmula do gênero, essas músicas conseguem surpreender. E o último elemento notável é a voz, que vem de um cara que já é um frontman nato e tem um timbre que consegue agradar a diferentes gostos, mesmo sendo rasgado e agressivo. E essas são só as coisas que mais chamam atenção, ainda tem outras pra curtir. E é por tudo isso que esse disco foi um dos destaques do ano. Mas como dito antes, tá no mesmo nível dos outros, então vai conferir eles também.
Faixas:
01. Brotherhood Of The Snake
02. The Pale King
03. Stronghold
04. Seven Seals
05. Born In A Rut
06. Centuries Of Suffering
07. Neptune's Spear
08. Black Jack
09. Canna-Business
10. The Number Game

Banda: Anthrax
Álbum: For All Kings
Estilo: Metal Moderno

Este autor confessa uma coisa que, pra alguns, pode comprometer sua qualificação pra falar de Anthrax: ele não gosta tanto assim dessa banda. Ele acha que, pra uma banda de Thrash, o Anthrax é um Hardcore muito leve. Sem dúvidas, é o componente mais fraco do Big Four, não é à toa que sempre é citado por último. Eeeeeeentretanto, esse álbum tá ó: SHOW. É tranquilamente o melhor deles em muito tempo, porque ele faz mais do que cumprir tabela e ser mais uma obra na discografia da banda. Ele vai além, evolui e transcende o seu próprio estilo, mas sem perder a própria identidade. E ele consegue essa façanha fazendo aquilo que já sabe, que é manter sua pegada Thrash (?) de riffs marcantes, e ritmo e peso bem marcados, e potencializar a sua melodia, alcançando essa união entre melodia e peso que é tendência entre as bandas atuais e que é chamada de "Metal Moderno". A mistura entre esses dois polos também vem a companhada de uma energia vibrante e genuína, em cada nota vemos que a banda não está pra brincadeira, e que está empolgada pra mostrar que continua viva e forte. "For All Kings" é um trabalho honestíssimo que agrada os ouvidos saudosos e atuais, ao ponto de ninguém ligar que é um disco duplo e com mais de 10 músicas.
Faixas Disco 1:
01. Impaled
02. You Gotta Believe
03. Monster At The End
04. For All Kings
05. Breathing Lightning
06. Breathing Out
07. Suzerain
08. Evil Twin
09. Blood Eagle Wings
10. Defend / Avenge
11. All Of Them Thieves
12. This Battle Chose Us
13. Zero Tolerance
14. Vice Of The People (bônus da edição japonesa)
Faixas Disco 2:
01. Fight 'Em 'Til You Can't
02. A.I.R.
03. Caught In A Mosh
04. Madhouse

Banda: Metallica
Álbum: Hardwired... To Self-Destruct
Estilo: Heavy Metal

Olha como o profeta é pilantra, deixa a resenha mais esperada pro final, só pra deixar o leitor que não sabe usar o scroll mais ansioso! Pois bem, depois de oito longos anos sem lançar nada (o "Lulu" não conta), o Metallica volta com este disco duplo, que foi catapultado para o topo de listas de melhores lançamentos de 2016 quase que instantaneamente. A saudade por ouvir algo inédito da banda certamente cegou os ouvidos (mas hein?) dos críticos e dos fãs, porque "Hardwired" nem é tudo isso que falam. Quem quiser ouvir a banda tocando "Metal pesado" de verdade e mais atual, ficará mais satisfeito com "Death Magnetic", ou com a banda Evile, que está mais Metallica que o próprio Metallica. A verdade é que aqui em "Hardwired" só ouviremos músicas de Heavy Metal com ritmo moderado (ou completamente quebrado), agressividade anulada, e peso controlado (substituam o Lars de uma vez, por gentileza!). Os refrões, a voz de James, o riffs e (alguns) solos são até tem suas qualidades, mas não há muito pra salvar. Alguns compararam "Hardwired" com o "Black Album", querendo dizer que "é aquele disco feijão com arroz que tem três ou duas músicas boas, mas não é aquele thrashzão clássico", porém a comparação mais correta seria com "Load" e "Reload", porque o tom é o mesmo. E a decepção que vem junto, também. E em meio a tantas canções alongadas desnecessariamente (o que faz o disco ser duplo) e com ritmo e peso broxantes, apenas três músicas empolgam e são realmente valiosas: "Hardwired", que é simples, rápida e poderosa, "Moth Into Flame" que é convencional, mas é divertida e agradável, e é isso que importa, e "Spit Out The Bone", que mostra uma agressividade e vigor que o Metallica parece não ter mais capacidade de demonstrar com tanta frequência hoje em dia. Pois é, "Hardwired" é o que os pessimistas apostavam: uma decepção pra quem esperava um grande retorno do Metallica, e muito superestimado pelos críticos e fãs.
Faixas disco 1:
01. Hardwired
02. Atlas, Rise!
03. Now That We're Dead
04. Moth Into Flame
05. Dream No More
06. Halo On Fire
Faixas disco 2:
01. Confusion
02. ManUNkind
03. Here Comes Revenge
04. Am I Savage?
05. Murder One
06. Spit Out The Bone

Banda: Megadeth
Álbum: Dystopia
Estilo: Heavy Thrash Metal

E temos um vencedor na disputa (que nem existe mais hoje em dia) entre Metallica e Megadeth, hein! Vitória para o ruivão! A responsabilidade de se recuperar dos dois discos medianos anteriores ("TH1RT3EN" e "Super Collider") era grande, mas a entrada do guitarrista brasileiro Kiko Loureiro trouxe um novo gás para o Megadeth, que tirou de letra esse desafio. Guitarristas líderes autoritários se entendem, né. "Dystopia" é um álbum que marca, é imponente e de caráter, com letras inspiradas e composições mais ainda. Os artistas deram o seu melhor pra apresentar canções com personalidade, criatividade e o bom e velho vigor do Metal. Algumas delas já são novos clássicos, como "Fatal Illusion", que é uma das melhores da banda dos últimos tempos, "Poisonous Shadows" e sua pegada cadenciada e intensa, "Post-American World" que tem um brilho especial e uma letra provocativa, "Lying in State", que é ágil e pesada, e que vem na sequência da sensacional "Conquer... or Die!", que mostra como Kiko adicionou bastante como compositor e músico, tendo a liberdade de expressar suas ideias e mostrar seu próprio estilo dentro do Megadeth. Aliás, o próprio álbum tem o seu próprio estilo dentro da discografia da banda, ele tem um sei-lá-o-quê que o diferencia dos demais. Os únicos pontos fracos de "Dystopia" são a faixa-título, que é legal, mas não é tããão boa assim (faixas-títulos são assim mesmo, ou são sensacionais, ou são "nhá..."), e "The Emperor", que parece meio repetitivo se ouvido mais vezes. Mas nenhum desses pontos fracos enfraquecem o álbum como um todo, e é por isso que "Dystopia" foi uma dos melhores lançamentos do ano passado.
Faixas:
01. The Threat Is Real
02. Dystopia
03. Fatal Illusion
04. Death from Within
05. Bullet to the Brain
06. Post-American World
07. Poisonous Shadows
08. Conquer... or Die!
09. Lying in State
10. The Emperor
11. Foreign Policy

Cara, só faltava o Slayer ter lançado disco esse ano! Aí fechava 2016 como o ano que o Big Four lançou seus discos!!! Mas o Testament veio pra cobrir o buraco do Slayer.

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